A banda KA e o SKS dos piratas

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Com o lançamento do Amazonas 3 em 2012, além de mais possibilidades, espaço para novos canais e novos serviços, uma novidade se destacou: a banda larga via satélite através da banda KA.

Confira também a primeira operadora de internet via banda KA comercialmente viável no Brasil

Até pouco tempo a internet via satélite no Brasil era considerada um serviço praticamente emergencial: buscava atender apenas aqueles lugares esquecidos no mundo onde pouca ou nenhuma conexão com a internet existia (geralmente para acelerar conexões discadas e via rádio).

*Matéria original de 2013 atualizada em julho de 2016

A internet banda larga via satélite que usa a banda KA já vem sendo usada no México há alguns anos. O serviço além de apresentar velocidades muito atrativas (chega até a 100 MBs), possibilita o uso de antenas que fazem upload e download ao mesmo tempo, sem precisar de uma conexão extra apenas para upload (caso das antigas conexões que usavam a banca C ou KU).

Hoje em dia o uso dessa internet está quase acabando, sendo que muitas operadoras já desativaram seus serviços de transmissão de internet (como o Telstar 12, que foi pressionado pelas operadoras para que desativasse o serviço que era utilizado quase que unicamente para realizar satélite sharing, o meio mais usado atualmente para piratear tv por assinatura – o SKS que abordaremos na matéria de hoje).

Hoje os poucos satélites que disponibilizam  o serviço de internet em baixa velocidade são o Hispasat 30W e o próprio Amazonas. Na mesma situação do antigo Telstar 12, as empresas que operam internet via satélite aqui estão a mercê de um desligamento da TP de dados, sofrendo processos judiciais das operadoras que pedem pelo desligamento para impedir a pirataria de TV por assinatura.

Não perca: a Pirataria de TV por assinatura, os culpados e as consequências 

Entenda como funciona o SKS

A tecnologia SKS foi utilizada pela primeira vez no oriente médio. Foi utilizada para quebrar a criptografia utilizada por uma das principais operadoras locaias, liberando cerca de 10 canais utilizando um micro receptor de rádio (o Microbox, um tipo de receptor de TV miniatura), que teve sua firmware modificada para  captar dados de TPs que ofereciam internet via satélite.

azbox smart
Azbox smart foi o pioneiro da “falcatrua” no Brasil, após a implantação do Nagravision 3 pela Telefônica (hoje Vivo TV.

Como os grandes grupos de pirataria de tv paga possuem servidores de card sharing (tradicional sistema de roubo e compartilhamento ilegal de cartões de TV originais), bastou conseguir enviar o mesmo sinal desse sistema para um satélite (no caso o Telstar 12 que oferecia internet graças a operadora Raggio) que o mesmo faria o papel de alimentar todos os microbox modificados para liberar os canais.

Essa foi a mesma tecnologia trazida pela antiga Azbox Latina ao Brasil, pioneiramente em 2010, com o advento do Nagravision 3 nas operadoras Telefônica Digital, OI TV e Claro TV.

Com a implantação do N3, os receptores “paraguaios” da falecida Azbox morreram. A solução veio com essa “gambiarra” chamada smart.

A solução para a TV pirata no fim da década passada

A chamada solução veio com Microbox importados na China, batizados por aqui de AZBOX Smart. O aparelho era capaz de “reviver” os receptores piratas que não possuíam capacidades técnicas para receber dados juntamente de imagem e som do satélite, atuando então como um segundo tunner (daí a necessidade de duas antenas, uma captando o sinal de internet e a outra de imagem e som à serem liberados).

A maioria das residências que apresentam duas antenas no telhado, de mesmo tamanho mas apontadas para direções diferentes, são usadas por usuários do sistema SKS. As operadoras inclusive criaram um telefone para receber denúncias de residências assim.

Receptores mais modernos vinham com dois Tunners: um recebe som e imagem e outro as chaves para liberar os canais através de internet via satélite.
Receptores mais modernos vinham com dois Tunners: um recebe som e imagem e outro as chaves para liberar os canais através de internet via satélite.

O SKS e as dificuldades encontrados no sistema de desbloqueio de TV

Em que pese o sucesso comercial rápido, afinal ninguém queria ter que jogar os receptores inutilizados fora, o Smart teve um funcionamento inicial terrível.

Com um começo tecnicamente pífio (logo após o inicio das vendas o servidor de CS que ficava em Santos e era mantido pela empresa foi localizado pela Polícia Federal) e com concorrentes surgindo (como o iBox), aos poucos a tecnologia invadiu o país, espalhando esperanças à quem estava com o receptor “encostado”.

Relembra aqui: Servidor Azbox é encontrado pela Polícia Federal e marca chega ao fim

Com uma placa de IPTV clonada de um assinante comum do serviço de internet via satélite da empresa Raggio, os servidores de CS podiam gratuitamente “embutir” as chaves de liberação no satélite.

O lucro estaria então na venda desses adaptadores e mais tarde no lançamento de receptores ainda mais modernos, já com dois tunners embutidos e capazes de reproduzir canais em HD. O serviço funcionou até a desativação da TP de dados do Telstar 12, sendo substituído pelo Hispasat 30.

Mais tarde algumas marcas mais novas de receptores que sobreviveram frente a todas as investidas anti pirataria, passaram a eliminar a necessidade de uso de duas antenas. O satélite Amazonas foi a casa da volta da Raggio no ramo, sendo ela mais uma vez usada pelo piratas para distribuir as chamadas Keys de liberação de sinal.

Como o mesmo satélite transmitia os canais de TV e o sinal de Internet, uma mesma antena utilizando um tunner duplo passou a conseguir liberar os canais.

sks duas antenas
Central de denuncias passou a apurar residências que continham mais de uma antena no telhado.

TV Pirata: O barato que sai caro

O sistema parece muito interessante e intrigante não é mesmo? Talvez até seja, mas a experiência com o uso do SKS é no mínimo lamentável. Instabilidades tanto na leitura dos cartões quanto na comunicação entre o server pirata até a estação de envio sofrem com problemas técnicos.

No envio da terra ao satélite o sinal sofre com os efeitos de chuvas, ventos e demais interferências.

Um mal apontamento das antenas (que geralmente são as pequenas de 45 ou 60cm) dificulta a recepção do sinal de dados. E para completar receptores com firmwares carregados de defeitos, tornam a experiência de ver TV frustrante.

Economiza-se na mensalidade e convive-se com a incerteza de saber se um programa, filme ou transmissão esportiva poderão ser assistidos até o fim.

Estimasse que os grupos de pirataria de TV já faturam quase 2 bilhões de reais por ano

A pirataria de TV no Brasil

A pirataria sobrevive hoje apenas graças ao próprio serviço de transmissão de dados via satélite e pela própria internet. Como as criptografias usadas por todas as operadoras do Brasil hoje são tecnicamente inquebráveis (tanto o N3 quanto o NDS da SKY), a única forma adotada pelo pirateiros é a de enganar as chaves, se passando por clientes reais graças ao compartilhamento de cartões válidos e com as mensalidades pagas.

O eXorbeo luta contra a pirataria de TV por assinatura

Para quem conhece o eXorbeo.com, sabe que desde o início lutamos contra a pirataria, seja ela de qualquer natureza (de TV, rádio, software, filmes, games). São as atividades ilícitas que financiam o crime organizado no mundo, movimentando redes que traficam armas, drogas, e que sonegam impostos que poderiam ser usados para outros objetivos.

* Todas as informações da matéria foram retiradas de fóruns e blogs dedicados ao compartilhamento do assunto. Não aconselhamos o uso de nenhum sistema pirata, seja qual ele for, e alertamos para o fato de que as condutas citadas são passíveis de imputações criminais e administrativas e as penas podem ser severas.

Clique aqui e confira todos os nossos posts sobre pirataria de TV 

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