Inclusão social nas emissoras de rádio e TV. Quando?

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Atualmente o Brasil, e porque não dizer o mundo todo, está discutindo a inclusão social e o espaço de pessoas com algum tido de deficiência. É claro que já houve muitos avanços nas leis para ajudar essas pessoas em busca de um espaço no mercado de trabalho.

Isso é muito louvável, já que infelizmente ainda existe muito preconceito em torno dos deficientes, onde muitos acreditam que eles não são competentes o bastante para exercerem determinadas funções.

A falta de espaço no Rádio e na TV

Mas apesar de tantos esforços para integrar os deficientes na sociedade, há algo que ainda me chama muita atenção e me deixa profundamente triste: o fato de nenhuma emissora de rádio e televisão dar oportunidades para os portadores de deficiência na área de locução, de dramaturgia e nos programas de humor.inclusao social na tv

Os profissionais que já obtiveram sucesso na TV

Nós temos grandes atores, humoristas e radialistas deficientes nesse mercado, como Geraldo Magela, que trabalhou no humorístico A Praça é nossa, na Escolinha do Barulho, entre outros programas e infelizmente está fora da TV.

Magela já foi considerado um dos melhores humoristas do Brasil
Magela já foi considerado um dos melhores humoristas do Brasil

Além dele, temos vários outros profissionais altamente competentes, como o ator Flávio Silvino, que está fora da TV desde seu último trabalho em Laços de Família, que foi exibida em 2000 pela Rede Globo, o radialista Dudu Braga, que trabalha atualmente na Rádio Nativa FM do grupo Bandeirantes, o humorista Flávio Chato, que faz Stand Up, entre outros pouco conhecidos que não tiveram uma oportunidade de mostrar seu talento, mas que são tão competentes quanto.

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O que falta para a TV dar tais oportunidades

Espaço para radialistas, humoristas e atores deficientes nas TVs e rádios há bastante, só faltaria talvez um pouco de força de vontade das emissoras integra-los ao casting de profissionais, já que muitas vezes se usa atores normais para protagonizar personagens deficientes, como é o caso da atriz Bruna Linzmeyer, que interpreta a personagem autista Linda de Amor à Vida.

Em entrevista a revista Contigo! de 2012, o ator Flávio Silvino declarou — Ninguém nunca mais quis saber de mim. O ator afirmou ainda que o sonho dele era retornar a rotina que ele tanto amava.

flavio silvino novela

Quem também sonha em ver o jovem novamente na TV é o seu pai Paulo Silvino. Para o ator, o filho poderia interpretar um personagem que voltou de um coma, que levou um tiro, ou que nasceu com limitações, mas segundo Paulo, a diretoria da Rede Globo alega que existem duas correntes: a dos que acham que ele iria servir de exemplo para outras pessoas com problemas, e a outra que teme a interpretação de que a empresa estaria usando a deficiência dele para dar Ibope.

Essa história do politicamente correto é uma senhora babaquice, afirmou o pai de Flavio.

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Não temos dúvidas que o Brasil possui profissionais deficientes competentes, isso é fato, mas o que está faltando é acabar com a hipocrisia das redes de rádio e televisão, que só pensa em passar uma imagem de perfeição, de irrealidade, enquanto todos nós sabemos que a realidade é completamente outra. Só quem é deficiente sabe o quanto é difícil e muitas vezes impossível mostrar sua competência profissional. Está na hora da população começar a cobrar das mídias um pouco mais de respeito e dignidade para os nossos deficientes, ou eficientes.

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