Os animes na TV brasileira

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Escrever um especial sobre o assunto animes é tarefa prazerosa devido a nostalgia proporcionada, e que ao mesmo tempo consegue ser desgostosa, graças a incompetência das emissoras de TV aberta e também da TV por assinatura, que abandonaram o segmento nos últimos anos.

Antes de sermos injustos, lembramos que PlayTV é exceção e segue insistindo na TV Paga com a exibição de animes como Naturo e Bleach.

Clique aqui para ver a notícia sobre a exibição de animes online pela Play TV

Naruto, One Piene e DBZ: Sucessos mundo à fora
Naruto, One Piene e DBZ: Sucessos mundo à fora

Se analisarmos o horário em que os animes são exibidos nos últimos anos (madrugada) percebemos que talvez a juventude de hoje (pré adolescente e crianças em geral) não estejam interessados animes como a geração anterior das décadas de oitenta e noventa estavam

Quem segue interessado no segmento atualmente, são exatamente aquelas crianças que hoje já são jovens adultos e que assistiam Cavaleiros do Zodíaco, Dragon Ball, Pokémon e outros, que sentem falta de tal programação e fariam muita questão em ter um  canal como o Etc TV, passando 24 horas de animes por aqui.

Não conhece o ETC TV? Confira o canal exclusivo de animes que só os nossos vizinhos assistemone pice na tv brasil

Conteúdo segmentado já está enterrado no Brasil

Qualquer assinante de TV que possui o serviço desde os anos 90 irá reclamar da falta de segmentação em sua grade de canais. E não é por menos, enquanto muitos dos novos assinantes nem sabem o que de fato é isso, os mais antigos lembram de momentos históricos onde se pagava por uma TV que oferecesse algo próprio, diferente e melhor do que se via na TV aberta.

Hoje não: temos apenas canais que visam unicamente a audiência, que agrada sempre uma maioria, uma massa de assinantes. Isso agrega valor aos patrocínios recebidos e intervalos comerciais.

Manchete foi referência para animes na TV brasileira
Manchete foi referência para animes na TV brasileira

Por que estamos falando isso? A resposta é simples:  canais específicos de animes, games e de outros segmentos pontuais não vendem mais produtos por aqui. Seriam canais que poucas empresas iriam gostar de anunciar produtos, e que se fosse no sistema Pay Par View talvez tivessem pouca adesão (adultos brasileiros ainda não pagam por conteúdos que os outros julgam infantis, o que é um fato), além de existirem serviços online mais baratos que canais individuais na TV, como o Netflix ou o específico de animes, o Crunchyroll.

Os animes perderam a força no mundo?

Sim e não. Se o mundo para você é apenas o Ocidente Sim. Agora se formos levar em consideração o mercado asiático, Indiano e grande parte da Europa (Ocidental ou não), os animes continuam fortes, sustentados por gigantes como One Piece, Naruto e as continuidades de Pokémon, Digimon e mais recentemente Dragon Ball, que estreou em 2015 a continuação de Dragon Ball Z, chamada agora de SUPER.

Não conhece One Piece? Clique aqui e saiba tudo sobre um dos maiores sucessos de todos os tempos

Logo não seria esse o argumento que sustentasse a posição tomada pelas emissoras de TV brasileiras ao extinguir os canais de animes.

Outro fator que sabemos ter ajudado a eliminar os animes japoneses na TV por aqui foi o relacionamento das emissoras brasileiras (leia SBT e Globo) e também das programadoras de TV paga (Turner dona da Cartoon por exemplo) com as produtoras americanas em detrimento das produtoras japonesas de animes.

Não é por acaso que nos últimos 10 anos a TV está recheada de desenhos animados da Marvel, Disney e Nickelodeon: a ideia de comprar “pacotes” de conteúdo com filmes, séries e desenhos é muito mais barata e lucrativa.

Teremos animes no Brasil novamente?

No que depender das grandes emissoras de TV aberta e fechada dificilmente. Julgo como nobre a ideia da Play TV em oferecer uma hora diária para os animes desde 2013, coisa que a própria Band veio tentando retomar nos últimos anos, com seus Cavaleiros do Zodíaco, mas que não tem vingado.

A escolha de horários é um dificultador (que afeta também a prosperidade de séries na TV aberta), o custo de produções japonesas também assusta as emissoras (não apenas por serem caras, o que nem sempre é verdade, mas por se tratarem de apostas).

Brave 10 é novo anime de um mercado que segue aquecido

Parece que reprisar os episódios de Bob Esponja já resolve o problema por aqui: tem gente assistindo, tem lojas de brinquedos anunciando. Quem sente mais com tal política é de fato quem espera algo diferente, algo ousado.

One Piece que citamos acima, é um dos exemplos de anime que com certeza teriam virado febre por aqui (ele é simplesmente o anime mais assistido de todos os tempos), mas que nunca teve sequer uma chance real para tanto.

O que será que mudou no Brasil e em sua cultura de 1990 para cá que impediria a febre de ressurgir?

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