O fim do Game UP e os programas de games na TV brasileira

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Creio que ao ler o título do post de hoje, aquele gamer mais assíduo e de tempos atrás já tem um nó na cabeça.
Ele lembra de que o Brasil na década passada sofreu (e sofreu muito) no mercado de games formal. A TV aberta pouco ou nada se interessou em divulgar um produto que era considerado ou marginal (comprado em lojas de importados sem nota fiscal alimentado por cartuchos e CDs piratas) ou artigo de luxo (vendido por

3 ou 4 vezes mais que o correto em lojas especializadas).

Esse estigma permitiu que no máximo o ramos de revistas de games e sites na internet se desenvolvesse, mas mesmo assim aos trancos e barrancos. Poucas revistas e sites da década de 90 sobreviveram, e na década passada o número de publicações e a venda diminui enormemente.
A BAND E A PLAY TV
Na TV pouco ou nada mudou. Na Band uma interessante iniciativa surgiu, começando com o pessoal hoje da Play TV, que apresentavam uma faixa de 15 minutos diários e uma de meia hora nos sábados no antigo G4 Brasil.

O programa fez sucesso, cresceu até que do dia para noite perdeu espaço e sumiu. Mas como a ideia era boa e existiam fãs, o projeto deu vida ao canal Play TV e sobrevive até hoje. O canal Play TV já esteve em dias melhores, mas hoje graças a nova Lei de TV por assinatura poderá voltar a SKY e ganhar ainda mais mercado, tomara que isso aconteça e que o canal invista em conteúdo, som e imagem e torna-se grande, estimulando uma concorrência que hoje ainda não existe.

Na Rede Globo (que definitivamente nunca deu importância ao mercado de games ou sequer tentou estrear um programa com esse conteúdo) foi exibido no começo da década de noventa um documentário (até que interessante por seu valor histórico) sobre o mercado de games. Por passar no Globo Repórter, logo perceve-se inúmeros erros e defeitos na pesquisa de conteúdo, mas tudo bem. Recomendo que todo mundo que viveu na época e tinha um Nes, Snes ou Mega Drive assista o vídeo aqui:

O FIM DO GAME UP

Se você gosta de games, muito provavelmente já acompanhou no canal ESPN Brasil nas quintas feiras o programa Game Up. Eram cerca de 15 minutos muito interessantes de conteúdo dedicado aos games. Como o canal é esportivo, rolavam até mesmo gols de PES e FIFA narrados pelos narradores oficiais do canal, ideia original e muito bem executada.
Se você acompanhava o programa, saiba que ele já era. Assim como já aconteceu outras vezes, mesmo o programa indo bem e mantendo uma comunidade ativa de fãs, ele será retirado da grade de programação do ESPN Brasil.
 
O HBO PLUS E SUA PARTICIPAÇÃO NESSE NICHO
Os canais HBO Plus são direcionados a programação diferenciada na TV por assinatura. Muito pouca gente dá valor para eles, mas provavelmente pela qualidade de som e imagem ruins ou pela desorganização da programação, uma vez que a mesma é de qualidade. Por aqui passam shows, séries e alguns filmes interessantes, mas também conteúdo sobre games.
NOVIDADES NA TV PAGA EM 2013 ?
Estamos no último dia do ano e não sabemos ainda de fato quais serão as novidades nas principais operadoras em 2013. Eu já digo nas principais operadoras, porque hoje em dia não adianta NADA a programadora lançar um canal, seja ele SD ou em HD, e esse mesmo canal NUNCA ser lançado na Net, SKY ou Claro TV. Não vamos tapar o sol com a peneira e esconder que talvez mais de 85% dos assinantes de TV fechada estão entre as três operadoras.
Aí a programadora vem e oferece Disney XD HD, FX HD e tantos outros exemplos que talvez demorem 2 ou 3 anos para aparecer em alguma operadora. Pois bem. No que diz respeito ao post, e ao assunto games (coloque a questão dos animes aqui também), confesso que não consigo entender o tamanho do desinteresse das programadoras e emissoras em produzir tal conteúdo. Mas vou tentar apontar os fatos:
– Mesmo que nessa década Sony, Nintendo e Microsoft, estejam fabricando seus consoles no país, oferecendo jogos dublados e legendados por aqui, e que os preços tenham baixado realmente, me parece que o perfil de quem joga, independente da idade, é incompatível com a televisão;
– Parece que quem tem o jogo de videogames como opção de lazer, busca o conteúdo online, no próprio console ou via internet comum, deixando de lado o formato de TV onde se é expectador de conteúdo;
– Tal perfil vem crescendo cada dia mais e enfraquecendo a televisão comum, que poderá no futuro ser totalmente substituída pelo conteúdo on demand;
Eu pessoalmente me considerado um misto entre esses perfis. Não consigo mais assistir séries ou programas em horários fixos porque a correria da vida não me permite esse luxo. Ainda bem que temos o recurso de programar o receptor para grava conteúdo, mas mesmo assim os 500 Gbs do receptor estão cheios há mais de 2 meses e não consigo sentar para ver o que gravei, por falta de tempo ou vontade.
E creio que eu não seja a exceção dessa realidade, pois se olharmos atentamente para os canais que temos hoje, veremos que quem cresceu mesmo e cresceu rápido foram os que oferecem conteúdo ao vivo, esporádico e descompromissado, para aqueles que sentam na frente da TV, passam por todos os canais e escolhem determinado conteúdo aleatório que mais lhes chama a atenção naquele momento.
Talvez essa filosofia barata explique o motivo dos canais oferecem programação cada vez mais banal e abrangente sem compromisso com a qualidade.
Abraços,
Equipe eXorbeo.com
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