O Cartoon Network, seu auge e o que representa hoje

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Você que era assinante de TV por assinatura na década de noventa com certeza já teve ou ao menos conhece esse canal. Ele foi responsável por trazer ao Brasil desenhos animados, na maioria americanos, que fizeram enorme sucesso por aqui.
Post de 2012 atualizado em 02/12/2013

Enquanto a TV aberta fazia um ótimo trabalho trazendo séries, animes e outras coisas do oriente (principalmente a extinta TV manchete), o Cartoon fazia sucesso por fazer justo o contrário, transmitindo tudo o que havia de melhor no EUA, fosse novo ou clássico.

Por coincidência do destino, ou não tanta assim, o logo acima, clássico, foi utilizado pelo canal de 1992 até 2004 – momento marcado pela melhor fase do canal e também com sua queda vertiginosa em qualidade do conteúdo e também de audiência.

A história do Cartoon Network

O Cartoon Network foi ao ar pela primeira vez no ano de 1992 nos Estados Unidos. O motivo do canal ter ganhado vida foi a aquisição dos direitos de exibição dos desenhos da Hanna Barbera, surgindo a necessidade de espaço para exibi-los. Nascia então o Cartoon Network.

Desde de seu início buscou ter uma programação 100% voltada para desenhos animados. Até 1996 o canal exibiu apenas produções da Hanna Barbera Studios. Porém com a compra do canal pela Time Warner, produções próprias acabaram surgindo, as quais podemos citar: O Laboratório de Dexter, As Meninas Superpoderosas, Johnny Bravo, A Vaca e o Frango e muitos outros.

Até 2004 o canal era líder absoluto em audiência no Brasil e em muitos países da América Latina.

O Cartoon Network no Brasil

O canal chegou ao país perto de seu início, ainda em 1993. Foi disponibilizado por praticamente todas as operadoras que existiam ou que continuam existindo, geralmente nos pacotes básicos de programação. O sucesso do canal foi enorme no país, principalmente entre 1995 e 2002.

Na década de 2000 o canal passou por muitas mudanças na composição de sua grade, momento em que os desenhos americanos começaram a ceder espaço aos animes japoneses. Febre em todo o Brasil, animes como Pokémon e Dragon Ball Z chegavam antes ao canal, elevando a audiência e consagrando o Cartoon Network no país.

Depois de 2004 parece que a motivação dos organizadores de conteúdo foi ficando mais escassa. De lá para cá temos um canal com pouca personalidade, com uma grade de programação recheada de maratonas e reprises de seus destaques atuais, como o desenho Ben 10 em diversas opções de horário. Uma pena, pois com certeza ele poderia mais do que isso.

O Cartoon Network HD

Na primeira vez que escrevi esse post a versão em HD havia sido lançada há mais de um ano nos Estados Unidos e não havia chegado ao Brasil. Atualmente como você leitor já deve saber, algumas operadoras à cabo menores já o oferecem há algum tempo, mas nenhuma das grandes o anunciou.

De novidade mesmo tivemos a OI TV, que com o lançamento de seu novo satélite irá incluir o Cartoon HD em sua grade (já está fazendo testes para tal).

Confira aqui todos os canais HD disponíveis no novo satélite da OI TV

O que o Cartoon representa hoje

Do ponto de vista crítico, o canal representa hoje a fase geral que os canais infantis vivem: a da falta de conteúdo, da falta de personalidade e de identificação com seu público. Após o fim da Fox Kids, Jetix (hoje Disney XD) e das mudanças do Animax (que hoje é o Sony Spin), os canais desse segmento simplesmente se perderam e mudaram seus focos.

Parece que os jovens de hoje estão interessados em outro tipo de conteúdo, mas identificá-lo não é tarefa das mais fáceis.

É difícil acreditar que o desenho Ben 10 faça tanto sucesso hoje quanto Cavaleiros do Zodíaco, Pokémon e Dragon Ball Z fizeram na década de 90 e nos anos 2000. Talvez haja público e audiência, mas ele é muito mais limitado do que era anteriormente. Até mesmo reprises dos desenhos e animes que fizeram sucesso há tempos atrás parece que seriam mais interessantes.

Em algum momento o canal Boomerang surgiu, com o objetivo claro de resgatar aquele sucesso de outros tempo. Ele foi criado para ser o responsável no quesito “nostalgia” e reprises, mas logo tomou rumos duvidosos em sua programação, focando justamente nas séries de humor e comportamento recheadas de pré adolescentes (a própria Globo preencheu suas manhãs com tal fórmula).

Somente mais tarde o Tooncast chegou ao país para cumprir o papel da “reciclagem” de desenhos e animes, sobrevivendo até hoje. Até o presente momento (leia fim de 2013) o canal reservou-se basicamente a reprises dos desenhos da Hanna Barbera intercalados com as produção próprias do Cartoon da década de 90, porém isso irá mudar em 2014.

Já foi anunciado que o Tooncast irá aos poucos resgatar os animes que o Cartoon ainda é proprietário, começando por Dragon Ball.

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Considerações finais

Um fato que sempre me deixou curioso foi saber quem foi o responsável por tal mudança drástica no canal. Se as crianças e adolescente da época cresceram e são adultos que ainda se interessam por tal conteúdo (basta dar uma olhada no Google Trends e ver o volumes das buscas), como deixaram morrer clássicos como a hora Acme, o saudoso Toonami ou então o incrível Adult Swin?

Será que o público realmente mudou tanto e não há mais espaço para o que antes fazia tanto sucesso? Penso que as crianças de hoje deveriam ter ao menos a possibilidade de conhecer os clássicos orientais e decidir se eles querem ou não conhecer as novas produções, que são incríveis e acabam passando em branco no ocidente.

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